sábado, 29 de maio de 2010

meu

eu tenho problemas. sérios. nada me faz muito sentido. nada me faz muita falta. a vida é uma sequência de erros e arrependimentos. me dão uma coisa mas eu pago outra. o rei foi embora mas não foi esquecido. assim é a podridão dentro de mim. as palavras saem, mas nada significam. a vida é mais um erro. é mais um arrependimento. muito sentido nada faz. muita falta nada faz. nada é real, tudo se repete. os erros, os arrependimentos, a vida. eu vivo uma mentira. e das mal contadas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

mundo

eu mergulhei nesse mundo decapitado. vi pela fechadura do tempo. as fronteiras que foram abertas. as tecnologias que foram testadas. as vias que foram criadas. esse é o futuro que nos empurraram. o novo mundo. mais um hotel que não podemos pagar. orwell. huxley. deckard. no compasso do ritmo lento da inexatidão precisa de nossos dias. a multidão de tristãos e isoldas. mortos enganados. a avareza da abundância estampada embaixo de cada marquise. a vida sufocada atrás de cada neon. a alma vendida em cada outdoor. e se dizem magnifícios. pujantes. desenvolvedores. o prato raso em que se come o que se cospe. sim, eles venceram. meu amigo, pelo cansaço, eles venceram.

domingo, 23 de maio de 2010

teatro

eu sei o que é isso. é uma mutilação. é gente fodida. fo-di-da. que não consegue parar meio minuto e pensar que tá fazendo a porra toda errada. egocentrismo, auto-exclusão, nanismo de humildade. verdadeiros abcessos do pensamento. é gente que se encaixa muito bem na sociedade, no welfare, e só faz merda. e aplaudem. aplaudem essa merda toda. esse teatro de horrores. de gente que não sabe se portar, não sabe ficar quieto, que adora encher a boca de merda pra falar. que não admite o próprio erro, o próprio desvio. gente que joga nos outros os problems que finge que tem e que sabe que são mentiras. mentirosos patológicos. crianças precisando de atenção. gente fodida da vida. fo-di-da.