domingo, 15 de novembro de 2009

mentira

eu sei que é mentira. aliança? dois meses de namoro? você não anda mais de ônibus e nem economiza pra comer. ele é lindo? amor da sua vida? trabalhando onde ele trabalha e ganhando o que ele ganha até eu viro homem perfeito. vamos lá, diga logo que é mentira. que você não ama ele, mas o dinheiro e o carro. que na primeira batida e na primeira demissão ele vai evaporar em dois segundos. e a sua vida vai voltar ao normal. vai voltar à mesma mentira. é mentira. assuma.

verdade

eu não tenho um óculos maneiro. na verdade, nenhum óculos fica bem na minha cara. eu não entendo de arte. na verdade, nenhuma arte é para ser compreendida. eu não gosto de gênios. na verdade, odeio me achar um. na verdade eu não gosto de nada. mas entendo niezstche, que gostava de arte, não ficava bem de óculos e se achava um gênio a ponto de escrever um livro sobre o quão gênio foi. é. na verdade apenas preciso de um bom bigode.

real

eu não sei se isso é uma vitória. é o primeiro gole d'água em muito tempo. não lembrava mais o gosto. sei que ruim não é. não sei até quando aguentarei. fiquei bom tempo já. mas não sei. sei que queria que tudo isso parasse. sei o que sou. e sei que isso não me faz bem. ser o cara perturbado. acho que consigo fingir que não sou. ou até quando me exponho me retraio e faço de tudo uma grande brincadeira. esse gole d'água. no momento me parece brincadeira. não sei se isso é a realidade. eu queria era que a perturbação fosse embora. essas vozes... "SENHOR!". ahn? "o senhor é surdo?". que houve? "seu troco do pão!". ah, obrigado.

olvido

eu deveria ouvir sêneca. acho que não, talvez ouvir o mar. não sei. se há mais algo pra ler ou ouvir. se preciso de mais alguma coisa. tudo parece tão perto mas tão distante. "é, eu conheço você". não, não conhece. mas sabe quem sou. não não. não sei então. eu deveria ouvir sócrates. acho que não. acho que deveria ouvir a chuva. não sei também. eu sei, mas, não sei. acho que no final é o mesmo auto-flagelo de sempre. é parte da inércia de existir. eu deveria tapar os ouvidos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

impacto

eu só venho te avisar que eles querem te vender um mundo que não é seu. algo vazio de conteúdo e visando o máximo de lucro. os pubicitários de hoje queimavam cruzes em anos anteriores. forçando pela sua garganta a dentro um universo de vantagens e mentiras. um universo oco e cheio de significados inúteis. apenas pelo impacto de ter como consumidor do lixo que geram. essa é a marca. a podridão como artigo necessário. a tua sobrevivência que faz parte do jogo do mercado. a sua alma por preços módicos. a sua sorte especulada. eles te querem morto. mas comprando.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

três

eu não me faço de rogado. como as três. encaro cada uma separado ou as três juntas. e fodam-se os namorados. a branquinha deixo vermelha. a magrinha deixo dolorida. e a rabuda com as costas doendo. sem piedade. machuco. não gosto das três. do jeito de nenhuma delas. mas me amarro no corpo delas. com esse trio na minha mão eu faço merda que até eu mesmo duvido. são falsas, mas foda-se, buceta não faz cu doce.

leitura

eu tava tentando ler o livro. odeio ficar no meio dele e não conseguir acabar rápido. por melhor que seja o livro. fico curioso para saber o final. mas ela tava lá. enchendo o saco. desde que entrou no ônibus tava falando no celular. quando parecia que parava, alguém lhe ligava de novo. e eu tentando lembrar como os parágrafos se ligavam. não aguentei. bufei e falei "caralho!". todo mundo no ônibus queria falar isso tinha um tempo. e ela se ligou que eu tinha feito e perguntou: "que houve!?". como se ela não soubesse. "tô tentando ler o livro!". "e eu com isso?". "você tá enchendo o saco falando nessa merda de celular!". "e daí? vou continuar falando!". "ótimo! que você morra de câncer no cerébro por causa dessa merda!". num momento eu vi que tinha tocado ela de uma maneira, que bem, eu entendi o porque. ela desligou o telefone na hora e começou a soluçar de choro e desceu correndo. alguém da família dela deve ter tido câncer. não me senti culpado. apenas aproveitei pra ver a bunda dela também. e voltar a ler o livro.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

olho

eu vi uma mulher com um colar indígena, um daqueles de nativos americanos. achei-a bonita e pensei em me aproximar. ia começar falando do colar é claro. mas me lembrei de algo que me fez perdê-la de vista. eu me lembrei de um cara que estudou comigo. deve fazer uns 6 anos. eu estava com uma pulseira de contas, com umas incrições em cada bolinha. parecia budista, mas hoje me parece ridícula. uma dessas que na época era costumeiro usar. uma das mais baratas. paguei muito pouco por ela. e esse cara me abordou uma vez. eu sabia que ele era evangélico. mas nunca tive a constatação ou a profundidade de seu credo. ele me abordou e perguntou "você acredita nessas coisas?" e com ar de desconfiança. me bastei a lhe dizer que não, apenas comprara porque gostei. eu podia ter lhe dito a verdade. tudo. mas tinha a certeza, e ainda a tenho, que ele ia tentar me convencer do contrário. sobre ser ateu. e começar aquele papo de "cédulas", "iniciação" e tal. preferi ficar por isso mesmo. não valia muito à pena me exaurir por tão pouco. me enfiar naquilo por causa de uma pulseira. não podia me esgotar dando a ele as chances para aparecer no meio daquela gente no corredor. aquele deus de merda o ia acompanhar o resto do ano. e eu sabia que ele entendeu que eu não acreditava em absolutamente nada. nem na pulseira e nem nele. e sei que isso o pertubou por bastante tempo. um herege entre ele e ele sabia. mas não tinha provas. nada podia fazer. não tinha ninguém para contar. tinha apenas a certeza da minha descrença. tinha apenas a função de me olhar toda vez dali pra frente, com estranheza. o que foi o meu maior prazer. ver a mente dele fervilhar toda vez que me olhava. sempre olhava de volta para ele pensando: "olhe aqui seu babaca, sou mais que um pecador, sou um herege! não peco porque não acredito! se remoa em culpa enquanto eu ando leve". e sabia que ele entendia cada frase que o meu olho falava. o olho do herege.

completo

eu não consigo mais ver o todo. apenas as partes. e nem sequer consigo juntá-las. ela me parece apenas aquele pedaço de camisa. apenas aquilo que veste. com as cores que eu odeio. não consigo concebê-la desejável. sem se parecer comigo. não quero que me complete, mas que me compreenda. que sofra junto comigo. quero ver minha dor nela. quero que ela seja minha parte. meu espelho. meu eu.

cheiro

eu não me caso. como suportar a idéia de ser velho e ter uma pessoa velha ao lado, para quem tenho que ser fiel. como ser fiel a isso? a algo mal cheiroso que a minha infância toda me assustou? porque é o invitável fim das pessoas. o mau cheiro. seja ela viva ou morta, um dia irá cheirar mal. como não pagar uma moça de bons cheiros por bons serviços? quando tenho do meu lado aquilo? é melhor não se casar. pelo menos assim só sustento uma mulher. e posso escolher ter os melhores cheiros.

arrependimento

eu acho que sei porquê essas velhas são tão tristes. vê-se o dedo da mão esquerda vazio. sem nada. na cara a tristeza de quem foi ensinado algo que não quis e agora se arrepende de ter aprendido tão bem. são viúvas ou desquitadas. devotas e sem aquilo que lhe ensinaram por certo. seus maridos, que quando se virão como tal, morreram ou se foram. pois entenderam que aquilo que era uma união não passa de escravidão. a alegria desses homens é a minha. não a tristeza dessas pobres idosas meninas. as consolo mas não posso deixar de escapar um sorriso.

benção

eu estava no ônibus com as janelas lacradas por causa do ar condicionado e vi uma senhora na rua. chorando e soluçando e pude ver que ela dizia "graças a deus, minha filha!". e o ônibus seguiu. vi como o deus opera: sendo tudo obra dele. o começo e o desfecho daquilo, era parte de sua vontade, o que quer que aquilo fosse. como é interessante se ver os fervorosos e como acreditam em tudo. o bem e o mal. ali não por sua vontade, mas por vontade de algo. se tudo e nada é são inteiramente uma boa vontade desse deus, hitler foi uma benção.

estranho

eu queimo esses papéis para que ninguém os veja. eu queimo essas idéias para que ninguém perceba. que o menino estranho tem algumas idéias na cabeça. que o cara do lado tá escrevendo alguma besteira. eu queimo tudo que faço pois sei que ninguém tem apreço. não peço consideração. sei que vão sempre estranhar por parar na praça para escrever algo. sei que vão achar estranho a mochila jogada e o caderno aberto e alguém escrevendo sentado numa esquina. eles vão sempre achar estranho o homem que pensa. e que escreve o que sente. o homem vivo é um estranho.

mortos

eu ando no centro da cidade para comprar um livro. e ando por homens mortos. todos eles estão mortos. seus crachás são suas coleiras. seus paletós são suas jaulas. suas pastas são suas bolas de ferro. suas gravatas são suas algemas. "com o dinheiro que eles ganham você poderia comprar muito mais livros". é, mas nunca teria tempo para escrever nem um. eu caminho por homens que tem dinheiro demais e tempo de menos. eu caminho por homens mortos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

certificado

eu tenho hojeriza por essa palavra. certificado. é o seu diploma da hipocrisia. sua presença que não será notada. sua voz que não será ouvida. apenas ser espectador do circo. não ver movimento. apenas acompanhar. isso é o fim. o fim de tudo. não mais há atores. apenas figurantes. não há mais movimento. apenas o fim do ato. sem catarse. apenas o fim. os aplausos ocos dos corpos podres. as palavras vazias dos imbecis oradores. a concordância das pessoas sentadas. nada é mais podre do que a falta de nada. o vazio entre a distância que separa o falador do observador. é um mundo sem interior. vazio. e o pior é que há um certificado para isso. certifica-se a falta de forma. é um dos passos para o fim.

passarinhos

eu nunca me casaria. é uma lástima. filhos e esposa. isso não. não há nada pior do que envelhecer. e envelhecer junto à alguem. e ver que junto a ti aquela flor que você pegou em outrota está murchando. num movimento lento e assustador. os dedos engrossando. a cara caindo. o corpo esmiliguindo. a voz esganiçando. não é isso que eu quero. não quero as velhas mal cheirosas dos ônibus. essas que já foram passarinhos que desfilavam. e não quero nenhum desses ao meu lado. engaiolado. velho. e padecendo.

atorezinhos

eu odeio esse viado. não odeio homossexuais como um nazista o faz. bem sei que para um homem como eu, devo considerá-los errados, evolutivamente falando. mas não faço isso. eles não são em suficiente número para incomodar a existência dessa espécie. apenas incomodam em momentos chaves. com seus gritos histéricos, muito mal imitados de uma mulher. suas crises, seus choros, suas vozes. pura imitação. grandes atorezinhos. de merda. atores de bosta. não é a toa que todos os atores são viados. mas nesse teatro da vida eles existem em pouco número. mas o suficiente para eu odiá-los.

tamanho

eu vejo essas meninas. tão pequenas mas tão inteligentes. apenas tão inteligentes a ponto de entrarem naquele programa de bolsa. todas do mesmo tamanho. do tamanho igual à da pequenez de sua existência nessa universidade. menos que um salário mínimo recebem e ainda sim se sentem diferentes àqueles que nada tem. com seus projetos e tutores se acham melhores. não são nada disso. apenas são um bando. sem rumo. sem esperança. que se agarraram ao nome de algo pois não sabem seu rumo. não sabem o que fazem. o fazem por troco de algo. e o algo para elas já parece muito. apesar de ser pouco.

ninguém

eu queria me ver junto a ela. mas não posso. sou egoísta demais. não renunciarei a meus desejos. não serei mais um. não cederei às suas cores. não lhe abraçarei sem sentir asco de sua roupa e tudo que significa. significa a minha derrota. moral e social. num porém, parece que ela me faz bem quando a odeio. me faz mais eu. ao seu lado ou à distância infelizmente continuo amando. amando feito um tolo. amando feito quem ama. ama-se sozinho. o verdadeiro amor existe sem ninguém.

deitado

eu reparo num idiota na minha frente. deitado, roncando. não sei seu nome, nem o que faz. mas sei o suficiente para odiá-lo. com essa cara de imbecil e esse fone no ouvido. deve estar sonhando com babaquice, como ser aprovado em um concurso público e deve estar escutando alguma rádio cristã. eu o odeio de prontidão. só não lhe acerto a cara porque escrevo isso. e isso me acalma. odiá-lo me faz poupá-lo.

vencedor

eu não gosto desse cara atrás de mim. sei quem é. ele não sabe quem sou. não o odeio, apenas não o suporto. não suporto esse ar inerente que ele quer passar. essa áurea de quem conquistou o título de doutor com suor e esforço. que pode se sentir orgulhoso em voltar à sua casa humilde e sua mãe lhe ter orgulho. seu filho venceu na vida. ela pode ir no culto todos os domingos levando seu filho vencendor. levando o filho doutor. eu não suporto a mãe dele e nem ele. com as suas roupas de quem anda certo e nunca amarrotado. com sua suposta leveza de quem carrega o mundo nas costas e tem que mostrar a todos aonde chegou porque no começo não merecia. não suporto vencedores que nunca sentiram o gosto. o gosto ocre da bebida. o gosto amargo do cigarro. o gosto pastoso do vômito. o gosto vitorioso da derrota. o gosto bom de perder é ganhar.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

camarada

eu aprendi lendo o que a maioria aprende vendo. que da guerra se sai mais camarada do que antes. seja ela física ou moral, política ou pessoal. hoje sei que um homem que cede aos seus fantasmas é o mesmo que vira as costas para a batalha. que fome e frio podem levar à resignação. e que o dia-a-dia pode ser sentido em vão. mas nada justifica ajoelhar-se ante aos fatos.

baixinha

eu me desconcentrei. até a tua voz esganiçada se calou. esses teus peitos. na altura do meu rosto. você é baixinha, o que eu não faria com você. de um lado para o outro. você ia ficar assada. com a cara vermelha. sem fôlego. ia durmir o resto da tarde. você ia sofrer mas ia gostar. " tá estudando o quê?" humm, vo... "hein?". ahn? "tá estudando o quê?" ehr... matemática. "que foi?". nada não.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

lembrança

eu não lembro do time dela. que estranho. engraçado se é. eu sempre lembro o time das mulheres pelas quais me apaixono. com ela foi diferente. talvez ela fosse o que realmente foi. a única. que não beijei. que não toquei. a única que não tiro da cabeça até hoje. eu fiquei atônito por duas semanas. eu fiquei sem fome por duas semanas. eu fiquei pensando nela por duas semanas. eu fiquei perdendo o sono por ela. por duas semanas eu não bati uma singela punheta. pra ninguém e nem pra ela. e não me lembro do seu time. vai ver tenho medo de lembrar.

domingo, 6 de setembro de 2009

duvido

eu não duvido de mais nada nesse mundo. tenho um tio que morreu por causa de bebida, um dos meus melhores amigos é viado, minha namorada virou crente e meus amigos estãos casados aos 25 anos. pelo que li e vivi, não acredito que ficando pior eu pareça melhor, que alguém negue o seus instintos de deixar uma herança nesse mundo, que alguém acredite em algo superior a si e que a vida acaba antes dos 30. eu duvido de muita coisa, mas não duvido das minhas certezas. meu cu é meu, nem com cristo ou com cerveja eu divido ele com ninguém.

domingo, 30 de agosto de 2009

trocando

eu acho ele ridículo. o joão ubaldo podia ser o bukowski brasileiro. aquele cara bebaço que escreve coisa maneira pra caralho. mas ficou com medinho. o henry viveu até os 74, o joão ubaldo bebe guaraná light e aquele playboy do leblon que é filho dele faz gracinha na tv. em troca de milhões o joão senta todo dia em frente à um computador. mas o henry tinha mandado a letra joão, "don't try. because it must come from the heart". quando você trocou sentimentos por adiantamentos você matou tudo. você só é um velho bebendo guaraná light no leblon. um velho morto. "é, ele tá muito infeliz com as suas críticas tijucanas"

noção

eu vou falar umas boas verdades. sabe, eu não faço questão de escutar essa ladainha. mesma conversinha de sempre. vocês são entediantes. esse papo que já tá durando o suficiente para eu me irritar. e o pior é que vocês vão ter a cara lavada de fingir que não falaram disso. vocês tem noção? de quão ridículas são? "ridiculas?" é! "na hora de bater na porta e pedir uma chupada ninguém aqui era rídicula".

espera

eu vou te dar um conselho. fume. o quanto você puder. coma até a goela doer. olha essa porra de varize no teu calcanhar. vai. continua, a gente tá aqui na torcida para que alguma coisa dentro de você estoure. um vaso, uma veia, um pulmão. cada gordura que você ingere é como um gol pra gente. dribla a dieta. vai seu puto. isso. mais um cigarro. vou filmar a tua caroça derretendo no sol de meio dia e mostrar pra todo mundo. estamos aqui te esperando. com o caixão aberto.

interesse

eu não gosto de nada. nunca gostei. esse chão que faz barulho, esse calor insuportável, essa sala cheia. essas pessoas estúpidas, essas meninas sem graças, esses moleques sem noção. eu sou o alienígena aqui. e ainda querem esperar algo de mim. pelo menos os peitos daquelas duas são bonitos. grandes, redondos. porra lógico que são redondos. queria o que? hexagonais? sei lá, eu nunca tive coragem de falar. com os peitos, não com as meninas. elas até que tem um sorriso bonito. mas só o peito me interessa. só isso sempre me interessou. até elas falarem 10 coisas que eu não sei. aí vão deixar de ser só peitos. não, não vão não. o noam chomsky escreve coisa interessante toda hora e eu não tenho vontade de comer ele. é. o problema e a solução são os peitos.

culpa

eu achei muito ruim quando soube. você era tão bonita. olhos verdes, loira, baixinha, toda empinada e com voz de mulher. todo mundo olhava pra você. depois que virou filha da dona mais ainda. que rosto lindo! e hoje teu filho tá fazendo 5 anos. você é burra para caralho. quando todos bebiam até vomitar você limpava vômitos do teu bebê. tua mamãe não te deu folga. netinho é bonito quando tá limpinho. e aquela merda que tu pariu não se limpa sozinha. a culpa não é dele. é tua. você era tão bonita. mas teu cabaço não era de aço.

desculpa

eu corro a mão por teu corpo." mas quero te dedar a qualquer momento". beijo teu pescoço."porra eu queria agarrar os teus peitos agora". acaricio sua barriga."vai demorar pra caralho pra botar nela". mordo a sua orelha."cu nem pensar parceiro, vai ter que ralar ainda". eu queria muito que te comer fosse mais fácil. "ih caralho, saiu em voz alta". "quê?"."ah, desculpa, é que saiu"."que houve?". "posso ser sincero?"."ahn". "essa porra de ficar de preliminarzinha é um culhão"."como assim?". "ah cara, é chato pra caralho. ficar te tocando e lambendo. não que eu não goste, mas na maioria das vezes eu queria que fosse rápido"."então eu sou fast food porra?". porra eu queria muito que fosse. "não não. eu gosto de você, mas eu queria que as coisas fossem rápidas, como uma bronha. 3 minutos e pronto"."então toca aí sozinho". caralho que merda. que se foda, vou tocar e deixar no tênis dela.

apenas

eu quero que você se foda, tá entendendo? questão de bom gosto é o caralho. você torce pro time da maior torcida, não do melhor futebol. você escuta a banda que toca na rádio, não a que faz música. você assiste o filme que passa no cinema, não o que se expressa. você lê o livro que vende na livraria, não o que foi escrito. você é um merda. você é apenas um merda de arquinho e que fuma marlboro de menta.

errada

eu só faço merda. porra olha o cabelo dela. toda errada. e eu já quis pegar ela. tá de sacanagem. vive na asa da mãe. não sobe ladeira para não cansar. fala que nem uma retardada. e o pior é que ela não foi a primeira e nem a última. acho que idade mental tinha que vir estampada na testa. assim eu não via com bons olhos quem caga merda da boca. "oi!". ah! oi tudo bem? quanto tempo! "é mesmo!". e aí, tá solteira?

disfarce

eu não consigo chorar em momentos tristes. nada me vem à cabeça e não consigo me emocionar. a morte das avós, dos avôs, do papagaio, dos gatos, do cachorro, do tio. nada disso me comoveu ou vai me comover. apenas choro vendo futebol. um drible de garrincha, a impavidez de nilton santos, o empurrãozinho de maurício, a frieza de mendonça, os golaços de túlio, a leveza de didi, o deboche de heleno. taça brasil, estadual, campeonato brasileiro, rio-são paulo, copa do brasil. e lá se vão horas de olhos inchados. ontem meu filho morreu. no enterro lembrei de 68. acho que deu pra disfarçar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

começa

eu não entendo umas coisas. porra, o peréio comia a vendramini, o pelé a xuxa e o baudelaire uma ninfetinha francesa ruiva. porra, lógico que não, o baudelaire era viado. eu não como ninguém. deixo essa barba e me visto assim porque quero. "e tu fica só na punheta!". fico não. a gente tá em copacabana. eu paguei os 40 reais, começa a chupar sua filha da puta.

manso

eu estava bêbado, nem sei porque ela tava ali até essa hora. mas cheguei nela sem querer querendo, e ela aceitou. tão recatada, tão cristã, mas aquele rabo e aquela cinturinha me chamavam. vamos lá, disse pra mim mesmo. comecei a lhe beijar. devagar pois não queria perder a chance antes de ela dar o chilique. toda cheia de coisas. se fosse pela honra de pegá-la seria de mansinho. e a filha da puta vai e pega no meu pau! parei na hora. você não é evangélica porra?"sou, mas só na frente da minha família. por trás eu gosto de outra coisa. e isso você entende como quiser. e puder". sabe, cristo estava ali aquele dia. a rendenção de um ateu. valeu jesus pela buceta!

príncipe

eu tava quieto no meu canto mas acabei escutando. "eu gosto é da coisa grande e preta". foi o que ela falou. a amiga evangélica se surpreendeu."isso não é hora nem lugar para falar isso, e muito menos sair da sua boca." e a tarada devolveu na mesma moeda. "querida, o mundo não é feito de príncipe encantado. você pode até ficar esperando o seu, mas enquanto o meu não chega eu continuo fodendo com o cavalo dele". a conversa acabou, o almoço acabou, a amizade acabou. em casa a recatada não tocou uma, duas ou três, mas doze siriricas. pensando no jairo, o negão que servia o almoço naquela cantina.

conversa

eu gosto dessa música. "mas itapoã é uma praia feiona, toda suja." e tu já foi lá? "não". então como tu sabe? "meu pai me contou". sei. "eu nunca iria na minha vida lá". entendo. "meu pai disse que o vinícius tava fumado quando escreveu aquilo. hahahaha". entendo. bom, a conversa acabou. eu vou pra bahia. nado em merda mas não escuto conselho de advogado flamenguista.

maiores

eu não tô vendo isso. tu reparou nos peitos dela? não tão maiores? "sei lá cara". porra não tão ou eu que sou o tarado? ela era magrinha cara, peitinho normal. viajou e voltou assim."sei lá cara, às vezes é impressão". porra impressão cara? os peitos dela tão grandes. parece silicone. a foda é que a filha da puta tá escondendo os dois com o cabelo. que aliás era encaracolado e ela alisou."sei lá cara, tá pensando demais nisso". porra bicho, ela bota silicone e alisa o cabelo e quer mostrar só um dos dois? ai fica foda."sei lá cara, só sei que tá frio hoje". alá, ela tá vindo, repara."sei lá cara... PORRA! que presença!". te falei seu babaca.

parabéns

eu custei mas cheguei. parabéns cara. mas tá foda o frio aqui. vo pegar uma parada pra esquentar. aí rapaziada, preciso de 3 mãos. dá licensinha aqui. você segura o copo com o whisky, você o copo do gelo e você o copo da coca. "que isso cara?" é motorhead. a parada é boa. "não, eu to perguntando o que é isso que você tá fazendo?". é rápido cara."então eu tava falando com a minha orientadora e ela me disse que eu sou a pessoa que ela tava procurando. emommomufoi aufim queu counfifui abolfa fo feu festáfui". isso querida, toca a flauta, é em dó menor.

ortodoxia

eu acho isso uma merda. sabe, eu acho você bonita pra caralho. e tu não dá porque acredita em deus. eu acho um desperdício. esse teu quadrilzão. jesus tá nem aí pra isso. na tua crença não foi ele que te fez? porra, usa essa parada aí cara. tu tem um rebolado foda. tu é gostosa mesmo. você já não anda de saia e corta o cabelo. entra na onda da foda. é maneiro. tem nada de ruim não. deixa de ser ortodoxa. teu pai e tua mãe vão à igreja e falaram esse monte de coisa pra você mas te fizeram. nem venha me falar que foi o amor de deus. quando teu pai gozou ele não agradeceu a cristo.

azuis

eu não acredito que você fez isso. você não poderia ter feito isso. você tirou os peitos. sabe, você ainda tem esse olho azul, que é o que te salva. não, não te salva. aquelas duas coisas que eram interessantes. agora você só é mais uma. mais uma garota da zona sul que fuma lucky strike e acha que é onda tomar absolut. um pedaço de carne que custa caro para comer. e que não vale a pena.

perdição

eu não vi isso. olha ela ali. nossa. olha eles. lindos. acho que vou ter que chegar. a foda é esse som alto. mas foda-se, dá pra se perder ali dentro. chego ou não chego? duas e meia da manhã já. tô bêbado já.vou lá. mesmo que não pegue vou ter que gastar. com licença, querida, mas eu poderia te dizer uma coisa? "o quê?" eles dois, parabéns, eu me perderia ai dentro. "do que você tá falando?". deles. "deles quem? não tô te ouvindo". dos teus peitos. "que você falou?. os seus peitos, com esse decote eu poderia me perder aí dentro. "mas eles tão assim pra você se perder aqui dentro querido. não reparou?" valeu jesus! tô quase acreditando em você moleque!

crítica

eu esqueci o nome dela. aquela menina. na verdade eu nem sei. ela é gostosa cara, mas sei lá, às vezes me parece ser mais roupa que outra coisa. vestido verde colado e com tatuagem no ombro. interessante quando ela dançou aquele dia na fila. eu nem tinha reparado que era ela. ela é meio magra. alias, ela é magra. acho que um pouco demais pra mim. e baixinha. e meio ruim das idéias. tem o nariz meio torto. ela usa lente. não tem bunda. é, o sutiã é de enchimento. que tornozelo inchado horroroso. "que isso cara? a mina é bonita". desculpa cara, é que eu sou refém da minha teoria crítica. bom, pelo menos ela tem cara de quem chupa bem. "pode crer".

sábado, 15 de agosto de 2009

remédio

eu tenho depressão, é bem verdade. sempre tive, desde que me lembro. é a mesma sensação sempre. em casa ou fora dela, do nada ela vem. como se soubesse que eu não a queria. no ônibus, no metrô, na aula, na rua, no show. em qualquer lugar bate aquele vazio que vem do nada. milhares de perguntas e todas com respostas. as mesmas respostas ruins de sempre. às vezes paro e fico pensando se deveria falar pra alguém disso, mas como ela sempre bateu e eu sempre fiquei no meu canto, todos acham normal eu ficar calado. pelo menos eu tomo remédio. é um remédio escocês. de 6 em 6 horas me faz esquecer um pouco. no fim de semana eu tomo com mais frequência.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

bendita

eu já estava acabando, última limpada atrás da nuca. corte rápido, à máquina. só demora um pouco mais por causa da boa prosa que se leva sempre. uma senhora idosa entrou, amparada dos dois lados por um casal de idosos, mas não tanto quanto ela. botaram-a na cadeira. e quando eu levantei ela falou: "- bendita hora que deus não quis me levar desse mundo". ninguém deu atenção. pagando vi como ela estava na cadeira. relutante, à sua maneira, não querendo cortar o cabelo. sentada toda torta, com a cabeça baixa. como se nada tivesse sentido, nem mesmo a higiene pessoal. paguei e saí. depois me contaram que a velha assim que a cabelereira foi buscar algo, a velha pegou a tesoura e enfiou-a no peito. caiu no chão com um sorriso de cada lado. aos gritos da filha e do genro. como se tudo fizesse sentido.