segunda-feira, 15 de agosto de 2011

quero

eu não quero o caminho de uma vida pequena. a vontade contida de todos os dias. a verdade exprimida entre o café da manhã e a janta. não, não quero. não quero produzir para perpetuar, me apaixonar para casar, crescer para multiplicar. quero o nada do amanhã, o vazio de poder pensar, a vida que um dia chega e a morte que cansa de esperar. não quero todo dia tudo igual, os mesmos sacolejos, as mesmas supresas, as mesmas mentiras. me tragam coisas novas, que me estraguem e me façam seguir adiante. não quero a podridão de uma rotina. mesmos rostos, mesmas faces, mesmas expressões. quero angústias diferentes, não essa vida de plástico com contas pra pagar.