domingo, 30 de agosto de 2009

trocando

eu acho ele ridículo. o joão ubaldo podia ser o bukowski brasileiro. aquele cara bebaço que escreve coisa maneira pra caralho. mas ficou com medinho. o henry viveu até os 74, o joão ubaldo bebe guaraná light e aquele playboy do leblon que é filho dele faz gracinha na tv. em troca de milhões o joão senta todo dia em frente à um computador. mas o henry tinha mandado a letra joão, "don't try. because it must come from the heart". quando você trocou sentimentos por adiantamentos você matou tudo. você só é um velho bebendo guaraná light no leblon. um velho morto. "é, ele tá muito infeliz com as suas críticas tijucanas"

noção

eu vou falar umas boas verdades. sabe, eu não faço questão de escutar essa ladainha. mesma conversinha de sempre. vocês são entediantes. esse papo que já tá durando o suficiente para eu me irritar. e o pior é que vocês vão ter a cara lavada de fingir que não falaram disso. vocês tem noção? de quão ridículas são? "ridiculas?" é! "na hora de bater na porta e pedir uma chupada ninguém aqui era rídicula".

espera

eu vou te dar um conselho. fume. o quanto você puder. coma até a goela doer. olha essa porra de varize no teu calcanhar. vai. continua, a gente tá aqui na torcida para que alguma coisa dentro de você estoure. um vaso, uma veia, um pulmão. cada gordura que você ingere é como um gol pra gente. dribla a dieta. vai seu puto. isso. mais um cigarro. vou filmar a tua caroça derretendo no sol de meio dia e mostrar pra todo mundo. estamos aqui te esperando. com o caixão aberto.

interesse

eu não gosto de nada. nunca gostei. esse chão que faz barulho, esse calor insuportável, essa sala cheia. essas pessoas estúpidas, essas meninas sem graças, esses moleques sem noção. eu sou o alienígena aqui. e ainda querem esperar algo de mim. pelo menos os peitos daquelas duas são bonitos. grandes, redondos. porra lógico que são redondos. queria o que? hexagonais? sei lá, eu nunca tive coragem de falar. com os peitos, não com as meninas. elas até que tem um sorriso bonito. mas só o peito me interessa. só isso sempre me interessou. até elas falarem 10 coisas que eu não sei. aí vão deixar de ser só peitos. não, não vão não. o noam chomsky escreve coisa interessante toda hora e eu não tenho vontade de comer ele. é. o problema e a solução são os peitos.

culpa

eu achei muito ruim quando soube. você era tão bonita. olhos verdes, loira, baixinha, toda empinada e com voz de mulher. todo mundo olhava pra você. depois que virou filha da dona mais ainda. que rosto lindo! e hoje teu filho tá fazendo 5 anos. você é burra para caralho. quando todos bebiam até vomitar você limpava vômitos do teu bebê. tua mamãe não te deu folga. netinho é bonito quando tá limpinho. e aquela merda que tu pariu não se limpa sozinha. a culpa não é dele. é tua. você era tão bonita. mas teu cabaço não era de aço.

desculpa

eu corro a mão por teu corpo." mas quero te dedar a qualquer momento". beijo teu pescoço."porra eu queria agarrar os teus peitos agora". acaricio sua barriga."vai demorar pra caralho pra botar nela". mordo a sua orelha."cu nem pensar parceiro, vai ter que ralar ainda". eu queria muito que te comer fosse mais fácil. "ih caralho, saiu em voz alta". "quê?"."ah, desculpa, é que saiu"."que houve?". "posso ser sincero?"."ahn". "essa porra de ficar de preliminarzinha é um culhão"."como assim?". "ah cara, é chato pra caralho. ficar te tocando e lambendo. não que eu não goste, mas na maioria das vezes eu queria que fosse rápido"."então eu sou fast food porra?". porra eu queria muito que fosse. "não não. eu gosto de você, mas eu queria que as coisas fossem rápidas, como uma bronha. 3 minutos e pronto"."então toca aí sozinho". caralho que merda. que se foda, vou tocar e deixar no tênis dela.

apenas

eu quero que você se foda, tá entendendo? questão de bom gosto é o caralho. você torce pro time da maior torcida, não do melhor futebol. você escuta a banda que toca na rádio, não a que faz música. você assiste o filme que passa no cinema, não o que se expressa. você lê o livro que vende na livraria, não o que foi escrito. você é um merda. você é apenas um merda de arquinho e que fuma marlboro de menta.

errada

eu só faço merda. porra olha o cabelo dela. toda errada. e eu já quis pegar ela. tá de sacanagem. vive na asa da mãe. não sobe ladeira para não cansar. fala que nem uma retardada. e o pior é que ela não foi a primeira e nem a última. acho que idade mental tinha que vir estampada na testa. assim eu não via com bons olhos quem caga merda da boca. "oi!". ah! oi tudo bem? quanto tempo! "é mesmo!". e aí, tá solteira?

disfarce

eu não consigo chorar em momentos tristes. nada me vem à cabeça e não consigo me emocionar. a morte das avós, dos avôs, do papagaio, dos gatos, do cachorro, do tio. nada disso me comoveu ou vai me comover. apenas choro vendo futebol. um drible de garrincha, a impavidez de nilton santos, o empurrãozinho de maurício, a frieza de mendonça, os golaços de túlio, a leveza de didi, o deboche de heleno. taça brasil, estadual, campeonato brasileiro, rio-são paulo, copa do brasil. e lá se vão horas de olhos inchados. ontem meu filho morreu. no enterro lembrei de 68. acho que deu pra disfarçar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

começa

eu não entendo umas coisas. porra, o peréio comia a vendramini, o pelé a xuxa e o baudelaire uma ninfetinha francesa ruiva. porra, lógico que não, o baudelaire era viado. eu não como ninguém. deixo essa barba e me visto assim porque quero. "e tu fica só na punheta!". fico não. a gente tá em copacabana. eu paguei os 40 reais, começa a chupar sua filha da puta.

manso

eu estava bêbado, nem sei porque ela tava ali até essa hora. mas cheguei nela sem querer querendo, e ela aceitou. tão recatada, tão cristã, mas aquele rabo e aquela cinturinha me chamavam. vamos lá, disse pra mim mesmo. comecei a lhe beijar. devagar pois não queria perder a chance antes de ela dar o chilique. toda cheia de coisas. se fosse pela honra de pegá-la seria de mansinho. e a filha da puta vai e pega no meu pau! parei na hora. você não é evangélica porra?"sou, mas só na frente da minha família. por trás eu gosto de outra coisa. e isso você entende como quiser. e puder". sabe, cristo estava ali aquele dia. a rendenção de um ateu. valeu jesus pela buceta!

príncipe

eu tava quieto no meu canto mas acabei escutando. "eu gosto é da coisa grande e preta". foi o que ela falou. a amiga evangélica se surpreendeu."isso não é hora nem lugar para falar isso, e muito menos sair da sua boca." e a tarada devolveu na mesma moeda. "querida, o mundo não é feito de príncipe encantado. você pode até ficar esperando o seu, mas enquanto o meu não chega eu continuo fodendo com o cavalo dele". a conversa acabou, o almoço acabou, a amizade acabou. em casa a recatada não tocou uma, duas ou três, mas doze siriricas. pensando no jairo, o negão que servia o almoço naquela cantina.

conversa

eu gosto dessa música. "mas itapoã é uma praia feiona, toda suja." e tu já foi lá? "não". então como tu sabe? "meu pai me contou". sei. "eu nunca iria na minha vida lá". entendo. "meu pai disse que o vinícius tava fumado quando escreveu aquilo. hahahaha". entendo. bom, a conversa acabou. eu vou pra bahia. nado em merda mas não escuto conselho de advogado flamenguista.

maiores

eu não tô vendo isso. tu reparou nos peitos dela? não tão maiores? "sei lá cara". porra não tão ou eu que sou o tarado? ela era magrinha cara, peitinho normal. viajou e voltou assim."sei lá cara, às vezes é impressão". porra impressão cara? os peitos dela tão grandes. parece silicone. a foda é que a filha da puta tá escondendo os dois com o cabelo. que aliás era encaracolado e ela alisou."sei lá cara, tá pensando demais nisso". porra bicho, ela bota silicone e alisa o cabelo e quer mostrar só um dos dois? ai fica foda."sei lá cara, só sei que tá frio hoje". alá, ela tá vindo, repara."sei lá cara... PORRA! que presença!". te falei seu babaca.

parabéns

eu custei mas cheguei. parabéns cara. mas tá foda o frio aqui. vo pegar uma parada pra esquentar. aí rapaziada, preciso de 3 mãos. dá licensinha aqui. você segura o copo com o whisky, você o copo do gelo e você o copo da coca. "que isso cara?" é motorhead. a parada é boa. "não, eu to perguntando o que é isso que você tá fazendo?". é rápido cara."então eu tava falando com a minha orientadora e ela me disse que eu sou a pessoa que ela tava procurando. emommomufoi aufim queu counfifui abolfa fo feu festáfui". isso querida, toca a flauta, é em dó menor.

ortodoxia

eu acho isso uma merda. sabe, eu acho você bonita pra caralho. e tu não dá porque acredita em deus. eu acho um desperdício. esse teu quadrilzão. jesus tá nem aí pra isso. na tua crença não foi ele que te fez? porra, usa essa parada aí cara. tu tem um rebolado foda. tu é gostosa mesmo. você já não anda de saia e corta o cabelo. entra na onda da foda. é maneiro. tem nada de ruim não. deixa de ser ortodoxa. teu pai e tua mãe vão à igreja e falaram esse monte de coisa pra você mas te fizeram. nem venha me falar que foi o amor de deus. quando teu pai gozou ele não agradeceu a cristo.

azuis

eu não acredito que você fez isso. você não poderia ter feito isso. você tirou os peitos. sabe, você ainda tem esse olho azul, que é o que te salva. não, não te salva. aquelas duas coisas que eram interessantes. agora você só é mais uma. mais uma garota da zona sul que fuma lucky strike e acha que é onda tomar absolut. um pedaço de carne que custa caro para comer. e que não vale a pena.

perdição

eu não vi isso. olha ela ali. nossa. olha eles. lindos. acho que vou ter que chegar. a foda é esse som alto. mas foda-se, dá pra se perder ali dentro. chego ou não chego? duas e meia da manhã já. tô bêbado já.vou lá. mesmo que não pegue vou ter que gastar. com licença, querida, mas eu poderia te dizer uma coisa? "o quê?" eles dois, parabéns, eu me perderia ai dentro. "do que você tá falando?". deles. "deles quem? não tô te ouvindo". dos teus peitos. "que você falou?. os seus peitos, com esse decote eu poderia me perder aí dentro. "mas eles tão assim pra você se perder aqui dentro querido. não reparou?" valeu jesus! tô quase acreditando em você moleque!

crítica

eu esqueci o nome dela. aquela menina. na verdade eu nem sei. ela é gostosa cara, mas sei lá, às vezes me parece ser mais roupa que outra coisa. vestido verde colado e com tatuagem no ombro. interessante quando ela dançou aquele dia na fila. eu nem tinha reparado que era ela. ela é meio magra. alias, ela é magra. acho que um pouco demais pra mim. e baixinha. e meio ruim das idéias. tem o nariz meio torto. ela usa lente. não tem bunda. é, o sutiã é de enchimento. que tornozelo inchado horroroso. "que isso cara? a mina é bonita". desculpa cara, é que eu sou refém da minha teoria crítica. bom, pelo menos ela tem cara de quem chupa bem. "pode crer".

sábado, 15 de agosto de 2009

remédio

eu tenho depressão, é bem verdade. sempre tive, desde que me lembro. é a mesma sensação sempre. em casa ou fora dela, do nada ela vem. como se soubesse que eu não a queria. no ônibus, no metrô, na aula, na rua, no show. em qualquer lugar bate aquele vazio que vem do nada. milhares de perguntas e todas com respostas. as mesmas respostas ruins de sempre. às vezes paro e fico pensando se deveria falar pra alguém disso, mas como ela sempre bateu e eu sempre fiquei no meu canto, todos acham normal eu ficar calado. pelo menos eu tomo remédio. é um remédio escocês. de 6 em 6 horas me faz esquecer um pouco. no fim de semana eu tomo com mais frequência.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

bendita

eu já estava acabando, última limpada atrás da nuca. corte rápido, à máquina. só demora um pouco mais por causa da boa prosa que se leva sempre. uma senhora idosa entrou, amparada dos dois lados por um casal de idosos, mas não tanto quanto ela. botaram-a na cadeira. e quando eu levantei ela falou: "- bendita hora que deus não quis me levar desse mundo". ninguém deu atenção. pagando vi como ela estava na cadeira. relutante, à sua maneira, não querendo cortar o cabelo. sentada toda torta, com a cabeça baixa. como se nada tivesse sentido, nem mesmo a higiene pessoal. paguei e saí. depois me contaram que a velha assim que a cabelereira foi buscar algo, a velha pegou a tesoura e enfiou-a no peito. caiu no chão com um sorriso de cada lado. aos gritos da filha e do genro. como se tudo fizesse sentido.