segunda-feira, 5 de março de 2012

o fim

eu ouvi a música vindo da sala. os acordes, os versos, a batida. o fim. o único amigo. entre o bife e o arroz. entre o gole d'água e a mastigação. como se a cozinha virasse um grande pântano. um estuário. um rio. tudo se afogou nas emoções. escutei as batidas da musica. cooperavam com as do meu coração. o fim. o acaso de os acordes chegarem aos ouvidos. o medo de não conseguir. o fim. a mudança repentina nos canais. e lá se fora ela. do eco da sala até a cozinha. mas de alguma forma continuara. sem parar na minha cabeça. como uma música louca de um erich zann. hipnótica. fazendo tudo ressoar mais tranquilo, mais pacífico. porém mais estranho, mais lunático. o fim. o fim estava próximo. o fim das extorsões, dos litígios, das agruras. o fim de tudo. apenas subir o rio era uma resposta. a única resposta. a resposta. resposta. para o fim.